Qual a Diferença entre Placa Bacteriana e Tártaro nos Dentes?
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23/11/2021Todos sabemos quais são os cuidados mínimos a ter na prevenção de eventuais problemas dentários.
Mas e se estas etapas, por si só não forem suficientes? Será que deve ir imediatamente ao Odontopediatra ou é seguro aguardar?
Conheça aqui quais são os problemas dentários mais comuns em crianças e bebés.
Cáries em crianças
Não é apenas o consumo excessivo de açúcar que faz surgir as cáries nas crianças. A falta de destreza das mesmas leva, não raras vezes, a uma parca higiene bucal caso não haja a supervisão de um adulto. Quando acontece, é comum que os restos dos alimentos se depositem nos dentes e isso transforma-se no acumular de placa bacteriana que, por sua vez, evolui para uma ou mais cáries.
Caso note a aparição de manchas brancas e opacas nos dentes, ainda que nos de leite, fique de olho. As cáries devem ser tratadas o quanto antes, sob pena de causarem dor e desconforto à criança e assim pode até evitar algum tratamento odontológico mais complexo.
Os mais pequenos também podem desenvolver a chamada cárie precoce da infância, causada pelo hábito de dar biberão à noite, imediatamente antes de dormir, sem escovar os dentes posteriormente.
Evite também dar uma chupeta com açúcar ou mel, pelas mesmas razões.
Não facilite. As consultas de Odontopediatria devem ser prática frequente a partir de um ano.
Chupar no Dedo
Poucos pais sabem o problema que o vício de chupar no dedo pode trazer para a saúde dos mais pequenos.
Podem até achar engraçado ou fofo, mas este hábito causa alterações na arcada dentária e até na estrutura do rosto, com consequências como o surgimento de problemas respiratórios, na fala, na mastigação e deglutição.
Este hábito, tendo consequências mais graves, pode até causar atraso no crescimento ósseo, fazendo com que haja um desequilíbrio da musculatura da boca — a língua pode começar a ocupar mais espaço, fazendo com que a criança pare de respirar pelo nariz.
Tédio, stress e ansiedade podem ser alguns dos motivos pelos quais a criança desenvolve este hábito. Ajude o seu filho a criar rotinas que exijam usar as mãos: desenhar e pintar, mexer em massinhas ou até fazer colagens são atividades válidas.
Tenha atenção se este for um quadro que está associado a uma mudança emocional (uma perda pessoal, por exemplo) e, neste caso, procure ajuda profissional.
Mordida Profunda ou Sobremordida
Quando os hábitos das crianças são mais difíceis de ver, pode demorar algum tempo até que os consigamos impedir e, muitas vezes, isto acaba por resultar em problemas orais.
É o caso da mordida profunda ou sobremordida, causada pelo empurrar dos dentes pela língua — uma situação difícil de controlar por ter a ver com a deglutição da criança, e que exige derrotar um hábito criado pela mesma.
O que acontece neste caso é que durante o desenvolvimento dos dentes, estes acabam por nascer tortos e criar espaço extra entre os incisivos superiores e inferiores, fazendo com que a mordida da criança fique deficiente e pouco saudável.
Apenas o Odontopediatra pode aconselhar tratamento adequado, tendo em conta as características das opções de correção, que variam conforme a categoria de sobremordida e a sua causa, bem como a idade do paciente.
O tipo de tratamento recomendado exige que a criança aprenda a engolir de outra forma, normalmente através do uso de um aparelho de correção, para que os dentes não sofram novamente com o empurrar da língua.
Erosão nos Dentes
A erosão nos dentes de leite é um problema recorrente nos dias de hoje, devido, por exemplo, à mudança no padrão alimentar das crianças — a ingestão de água é substituída por sumos, leite fermentado ou outras bebidas industrializadas, o que provoca a diminuição da espessura do esmalte do dente.
Outro dos fatores que pode levar a uma erosão dental progressiva, fragilizando a estrutura do dente são os casos das crianças que apresentem quadros de ansiedade e possuem vários episódios de vómitos e refluxo.
Em casos avançados, esta patologia pode ocasionar perfuração do esmalte e a exposição da camada interna do dente, causando desconforto e sensibilidade durante a ingestão de alimentos quer muito frios ou muito quentes.
Este problema, quando não é convenientemente tratado, pode atingir a dentição de forma irreversível, pelo que será necessária uma atenção redobrada pela parte dos pais nas horas das refeições.
Diminua a ingestão de bebidas ácidas ou então recorra a palhinhas para diminuir o contacto dos líquidos com a estrutura dentária. Garanta hábitos saudáveis na alimentação da criança e a qualidade da higiene bucal.
Fluorose
É verdade que o uso de pasta de dentes com flúor é recomendado, mas como em tudo, é imperativo ter cuidado já que o flúor está presente também na nossa água canalizada, bem como numa série de alimentos e produtos diários, tais como a cebola e o alho, o arroz, feijão, maçãs e frutos do mar.
O excesso de flúor caracteriza-se pela aparição de manchas brancas ou castanhas nos dentes e não é raro no momento da transição para os dentes permanentes, estes já nascerem manchados.
Portanto, vale a pena reavaliar os hábitos alimentares da criança, certificando-se de que não haja uma ingestão de flúor desproporcional ao que é necessário e saudável.
Gengivite
É uma inflamação das gengivas que ocorre na sequência de vários fatores, mas que geralmente é causada pela acumulação de placa bacteriana (restos de alimentos e bactérias), que pode originar uma vermelhidão ou roxidão na área, inchaço e sangramento durante a escovagem dos dentes ou uso do fio dentário e até mesmo ao trincar ou mastigar alimentos de forma espontânea ou que sejam mais duros.
A fase inicial desta doença é a gengiva inflamada e, caso não seja alvo de tratamento, pode evoluir para uma doença periodontal, e atingir ou até mesmo destruir o ligamento periodontal e o osso alveolar que envolve e sustenta os dentes, podendo levar à perda destes.
A dieta saudável do seu filho é essencial para a saúde bucal já que as gengivas precisam dos mesmo nutrientes que o organismo para permanecerem saudáveis e, como de costume, uma boa higiene oral é vital para reduzir o risco desta patologia, incluindo a escovagem dos dentes durante dois minutos, duas vezes por dia.
Anodontia ou Agenesia Dentária
Pode até ser um nome estranho, mas de certeza que está familiarizado com ele sem saber. É uma anomalia genética que pode ser a causa da ausência dos dentes na cavidade bucal e pode afetar as duas dentições.
Caso seja total (de todos os dentes), está por norma associada a uma doença genética chamada Displasia Ectodérmica; se for parcial (de um ou alguns dentes), é chamada de Hipodontia.
Cerca de 25% da população sofre desta patologia, fazendo da Anodontia a anomalia de desenvolvimento mais comum da dentição humana.
As crianças que apresentem esta condição podem assumir problemas na oclusão, função e estética ou até terem um quadro clínico mais complexo, com alterações na forma de falar e mastigar.
Os tratamentos variam consoante o número de dentes em falta e é por isso que se aconselha o acompanhamento por um Odontopediatra desde a gestação, visto que a agenesia dentária possui origem genética.
Dentes supranumerários
Apesar da sua baixa incidência, os dentes supranumerários podem causar danos irreversíveis aos dentes adjacentes tais como reabsorções radiculares, erupção tardia e degeneração cística.
O diagnóstico e a intervenção precoces, em ambas as dentições, evitam e minimizam danos estéticos, funcionais, patológicos e diminuem potencialmente a necessidade de tratamentos mais complexos no futuro da criança.
Os mesiodens (supranumerários localizados na linha média) são os que suscitam maior preocupação, devido à sua localização. O tratamento é a extração do dente por forma a prevenir outros problemas, evitando distúrbios e tratamentos mais complexos.
Macrodontia
Nesta condição, as dimensões dos dentes são anatómicas maiores do que o seu tamanho normal. Este é um diagnóstico feito ainda na infância e pode ser de três tipos:
- Generalizada Verdadeira — em que todos os dentes apresentam dimensões maiores do que o normal;
- Generalizada Relativa — em que os dentes apresentam tamanhos maiores devido ao tamanho pequeno da arcada e nesses casos as arcadas dentárias apresentam muitas vezes apinhamento dentário; e
- Focal ou Localizada — por norma, é vista no lado afetado da boca em casos de hipertrofia hemifacial. Embora rara, a macrodontia de um único dente normalmente afeta os incisivos.
Bruxismo Infantil
O apertar ou ranger os dentes em movimentos semelhantes aos da mastigação é um distúrbio involuntário que ocorre durante o sono, em qualquer idade e que atinge cerca de 15% da população.
O bruxismo infantil é mais frequente que o dos adultos, mas tende a diminuir durante a adolescência.
Não tem causas que sejam claramente identificadas, mas para ele contribuem o stress continuado, ansiedade excessiva e certos distúrbios neurológicos (autismo, por exemplo) e que a melhor forma de o identificar é marcar consultas no dentista regularmente.
Até aos seis anos não exige grande preocupação, mas o acompanhamento profissional é aconselhado. Depois desta idade, caso haja um desgaste acentuado dos dentes e que o mesmo seja acompanhado de sintomatologia (dores de cabeça), é necessário iniciar o tratamento tão breve quanto possível.
Como manter os dentes da criança saudáveis
Em qualquer fase do crescimento, o melhor tratamento para qualquer tipo de problema é a prevenção. Ela, inclusive, evita que seja necessário o uso de aparelho dentário na adolescência.
É de extrema importância incentivar e ensinar os mais novos a fazerem uma higiene oral correta e a visita ao Odontopediatra a cada seis meses é fundamental para que o profissional identifique precocemente doenças bucais.
Caso tenha suspeitas ou o seu filho manifeste sintomatologia correspondente com a acima descrita, não hesite. A visita ao Odontopediatra é imperativa.
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